Se já antes do fatídico e tão atípico 2020, o marketing digital se revelava como algo altamente imprescindível na estratégia de marketing global de uma marca (seja ela qual for, seja qual for a sua génese e ramo de atuação!), 2020 só veio reforçar e abrir a mente de muitos “iluminados” (no mau sentido) para esta necessidade. É agora imperativo olhar-se para as próximas tendências de marketing digital!
Depois das quebras drásticas em termos de receitas (que muito ainda se vão fazer sentir em pleno 2021), e provavelmente sem precedentes recentes na história de Portugal, 2021 é definitivamente o ano para aqueles negócios, que estiveram adormecidos para o digital durante os últimos anos, acordarem!
Mas é também o ano para aqueles negócios que já olhavam de alguma forma para este “mundo”, mas que agora têm de crescer (a este nível) mais rápido… necessitando de acrescentar alguns “cavalos nesse motor”!
Acredito seriamente que o digital, como meio para promoção e venda, será sem sombra para dúvidas um escape/balão de oxigénio para muito negócios em 2021. Se bem utilizado, claro!
Repare-se: nunca esteve tanta gente online quanto em 2020 e nunca as marcas fizeram chegar à internet tanto conteúdo através dos seus vários canais (redes sociais, blogues, YouTube, etc.). Para muitas, foi tomar-lhe o gosto, e acredito (com confinamentos ou não) que essa prática é para manter nos próximos anos.
Quando falamos de negócios em 2021, invariavelmente teremos de falar em Covid-19. Os hábitos de compra dos consumidores foram afetados drasticamente, assim como os processos das empresas (produção; logística; marketing; vendas; recursos humanos; apoio ao cliente; etc.). As tendências de marketing digital para 2021 vão passar pelas transformações causadas pelo novo coronavírus.
Porque 2021 ainda será um ano de pandemia, ainda será um ano de medos e receios. Acredito que será o ano 0 na recuperação, após este triste episódio que nos afetou (a todos… desde consumidores finais, a empresas, passando claro pelo quotidiano normal das sociedades modernas e suas relações sociais).
Ainda a respeito da pandemia: segundo estudos recentes elaborados pela Delloite, 63% dos consumidores vão olhar mais para as tecnologias digitais a partir de agora e, 58% tiveram facilidade em lembrar-se de uma marca que direcionou rapidamente os seus negócios durante a pandemia.
Algo que eu tenho dito desde algum tempo: 2021 será um ano de dificuldades, mas também de oportunidades (elas existem, elas já foram inventadas, só precisam de ser aplicadas a cada caso/realidade).
Nesse sentido, e sobretudo com a intenção de alertar e ajudar para os tempos difíceis que ainda se vão fazer sentir por alguns meses (senão anos), deixo-vos abaixo 10 tendências de marketing digital para 2021, segundo uma vasta análise de estudos e reports, mas também segundo a minha visão e experiência na área.
Nota: a sequência nas 10 tendências de marketing digital nada diz, ou seja, não significa que a primeira deva prevalecer em relação à segunda ou seja mais importante que a segunda. Estas são as minhas 10 globais, claro que para alguns negócios vão fazer mais sentido algumas delas, em detrimento de outras.
1. Vendas através das redes sociais Facebook e Instagram
É já um dado inquestionável de que, no futuro, algumas marcas poderão existir para o Mundo apenas e só dentro de redes sociais como o Facebook e o Instagram. Sem uma loja física, e até, sem uma loja online (integrada num website com domínio próprio). Em que, da comunicação/marketing à venda, tudo é realizado dentro de um Facebook ou Instagram desta vida.
Sim, é verdade!
Com o lançamento do Facebook Pay, um determinado utilizador do Facebook poderá adicionar um cartão de pagamentos (crédito ou débito) para pagar compras, alguns serviços, subscrever páginas no Facebook Marketplace, ou mesmo transferir dinheiro entre utilizadores. Quase como que de um MB Way se tratasse.
Todos nós já sabemos da existência de lojas dentro do Facebook ou Instagram. Marcas que vendem produtos transacionáveis, e que os colocam num determinado separador dentro da sua página de Facebook, ou perfil comercial de Instagram. Tal e qual como que se de uma loja online (em website) se tratasse!
Disso já sabíamos nós!
Até então, o consumar da venda poderia acontecer de duas formas: ou enviando a pessoa diretamente para o checkout na sua loja online (no website), ou enviando a pessoa para o Facebook Messenger (estabelecendo-se a partir daí um diálogo entre cliente-marca). Na minha opinião, isso era algo desconfortante, que fazia o cliente caminhar em vários passos (ou seja, um processo longo e complicado).
Com esta forma de pagamento imediata, tudo muda! Tudo se torna mais interessante para uma marca. Compra e pagamento feito na hora!
E, acima de tudo, sem que a marca tenha qualquer custo em montar a loja/fazer a gestão diária da mesma (stocks; promoções; novas fotos do produto; etc.). Com a possibilidade ainda de identificar nas suas publicações, esses mesmos produtos (tal como identificamos pessoas).
Acredito que será nitidamente uma tendência. Repare-se que, só nos últimos meses começa a chegar a Portugal (com múltiplos problemas político-legais e financeiros a surgirem).
Mas atenção: o Facebook/Instagram não é um ativo próprio da marca. Ou seja, se apostarmos única e exclusivamente as nossas fichas nestes canais, nada nos diz que amanhã o Facebook/Instagram não possa desaparecer, ou mesmo, perder algum peso no panorama.
2. Conteúdos interativos
No início de 2020, já se falava bastante desta questão. O que acaba por não ser totalmente novidade, mas sim algo a manter e até intensificar.
Existem, um pouco por todo o mundo, séries/telenovelas/programas em que o espetador é que decide o final… Woowww, que fixe!
O exemplo que dei, é prática já há muito tempo… mesmo muito!
Se em 2020 passámos grande parte do nosso tempo em distanciamento físico social, é normal que parte dessa interação tenha passado para os écrans. E em 2021, só há que aproveitar essa onda.
Mas também é importante dizer que, para as marcas é altamente crucial (e até, uma dor de cabeça no seu dia-a-dia atual) o destaque. Ou seja, conseguirem fazer com que o seu conteúdo se destaque, no meio de uma infinidade de conteúdos/publicações que saem aos milhares/milhões por minutos.
E se o teu conteúdo está a gerar interação, seja um gosto, seja uma partilha, seja um comentário ou um salvo (eu gosto sobretudo dos dois últimos, por gerarem um maior grau de comprometimento), só fará com que alcance mais e mais pessoas. É assim que os principais algoritmos funcionam.
Existem exemplos de medias, que durante 2020 criaram gráficos, em que era possível visualizar ao segundo (passando o cursor pelas várias geografias) como estava a situação pandémica nesses locais.
As histórias, sobretudo no Instagram, vieram alavancar (e muito!) esta situação. Em que, através dos sticker (o “Perguntas”, o “Questionário”, a “Sondagem”, etc.) é possível os seguidores de determinada marca interagirem facilmente. E nas próprias publicações nos feeds, porque não pedir que a pessoas comentem ou identifique alguém nos comentários, ou manifestem a sua visão sobre aquele assunto. Desde que peçam apenas uma ação, isso é importante.
3. Experiências em tempo real
Já todos sabemos que uma das maiores condicionantes que a pandemia nos trouxe foi precisamente a restrição na circulação, dada a necessidade de distanciamento social. Entre quatro paredes, todos nós enquanto consumidores de conteúdo procuramos novas formatos.
Em 2020, um desses formatos que mais “explodiu” foram as lives (ou, transmissões ao vivo). Existirá alguém que não tenha assistido a um concerto, aula, espetáculo de comédia, palestra, ou entrevista ao vivo, através da internet?!
Em Portugal podemos observar o fenómeno ‘Bruno Nogueira’. Que diariamente marcou presença (em Live) no seu perfil de Instagram. Em que ao todo, conseguiu reunir alguns milhões de pessoas. Na sua última live, no “Como É Que o Bicho Mexe?”, estiveram mais de 170 mil pessoas a assistir. Um autêntico fenómeno, comparado inclusive com grandes nomes da música/representação mundial.
As lives multiplicaram-se nos principais canais: YouTube, Facebook, Instagram (sobretudo este), (…).
Por exemplo, estudos recentes da ‘Social Bakers’ dizem-nos que, no universo da rede social Facebook, o formato que gera maior interação (comentários, gostos, partilhas) são as lives, comparando com a imagem, vídeo, ou apenas texto.
E esse é um fenómeno que não nasce exatamente agora, em plena pandemia. Apenas intensifica-se. Ou seja, desde sempre que este tipo de formato nos atraiu, nós adoramos fazer parte de uma experiência em tempo real. Ainda para mais se soubermos que a mesma irá desaparecer após a sua transmissão (ao contrário daquilo que hoje acontece com a programação televisiva, em que podemos recorrer às gravações automáticas).
Em formato live, as marcas podem (e devem) explorar as entrevistas (com convidados), as perguntas e respostas, as palestras, ou webinares, entre muitos outros exemplos. Mas é altamente crucial não esquecer que o grande diferencial destas experiências em tempo real é a possibilidade de interação com o público. É necessário incentivar e valorizar esta participação.
Mas lembre-se sempre de que o diferencial das experiências de tempo real é a possibilidade de interação com o público. Então, incentive e valorize a participação dos usuários.
Mas temos outros bons exemplos. No Twitter, consegue-se trabalhar muito bem este tipo de experiência em tempo real. É comum publicar-se mais, com base nas novidades e polémicas que vão surgindo (logo, as interações vão intensificar-se).
As conversas com chatbots (num Facebook Messenger, por exemplo) são um exemplo de real-time experience, com feedbacks instantâneos. Inúmeras tecnologias de inteligência artificial, como os chatbots ou os dispositivos de realidade virtual, tendem a expandir esse tipo de experiências, tornando-as cada vez mais imersivas.
4. Uso de assistentes de voz
É interessante perceber que algumas das tendências que foram anunciadas há dois/três nos Estados Unidos da América começam agora (já em 2020) a chegar a Portugal.
As tendências de pesquisa no Google em 2020 (trends.google.pt) mostram-nos que têm ocorrido um crescimento nas pesquisas por “Alexa” (assistente de voz da Amazon) ou “Siri” (assistente de voz na Apple).
Conheces o ‘Amazon Echo’ ou o ‘Google Home’? Aparelhos que, tal como aqueles acima mencionados, são capazes de tocar música, fazer listas de tarefas, encontrar informações na web, configurar alarmes, controlar outros aparelhos conectados, e mesmo fazer compras.
Se pensarmos por exemplo num conteúdo de marca, passado através de um podcast (em que é exibido apenas áudio), uma coisa cola com a outra.
A BIA (Bradesco), já é um caso de estudo neste campo. Ela permite fazer transações e consultas apenas pela voz, na própria app do banco ou nos assistentes da Amazon e do Google. Em 2020, e após 3 meses de pandemia, a BIA já tinha um aumento de 25% nas interações por mês.
Aliado a isso mesmo, outra grande tendência são as pesquisas por voz. Em que, em vez de digitarmos no Google aquilo que pretendemos pesquisar, simplesmente realizamos a pesquisa por voz. Falando para o Google!
5. User generated content (conteúdo gerado pelo seguidor)
Desde publicações (nas diferentes redes sociais) feitas pelos seguidores, stories, vídeos, testemunhos, comentários, etc. Tudo é altamente válido de ser aproveitado pelas marcas nas suas estratégias de conteúdo digital.
Isto é algo que já existe a algum tempo, mas que se tem intensificado nos últimos anos. Este tipo de demonstrações de afeto e apreço pelas marcas, tende até a funcionar como prova social para outros seguidores. Nada melhor e mais importante do que mostrar ao mundo/aos outros, que estão a falar sobre nós pela positiva.
Para retratar esta questão, da prova social, costumo dar um exemplo: quando acabas de chegar a uma nova cidade (partindo do pressuposto que o teu telemóvel está sem bateria), cheiinho de fome e sem conhecimento quanto aos melhores e mais bem cotados restaurantes, quando estás a descer a rua mais movimentada da cidade, nunca irás entrar naquele restaurante que não tem qualquer fila/pessoas sentadas. Vais sim entrar no restaurante que está ali muito perto, e que apresenta mais movimento de pessoas (isto, numa era sem Covid, claro!).
Nesse prisma, o ser humano vai à procura daquela que lhe parece ser a melhor escolha. Mesmo que a escolha pelo restaurante mais movimento possa ser a menos acertada (o que já me aconteceu na prática). Mas, assumimos à partida que mais movimento, leva a melhor qualidade, etc, etc.
É muito comum um determinado seguidor confiar mais naquilo que outras pessoas vão dizendo daquela marca, do que propriamente nos spots publicitários e influenciadores na web (que muito provavelmente, e já assumido por todos nós, estará a ser pago pela marca).
Falamos de mini/nano embaixadores de marca! Nitidamente os melhores advogados de uma marca aos dias de hoje! Estes são autênticos, próximos e confiáveis.
Enquanto marcas, porque não trazer os nossos seguidores/consumidores para a equação. E ser algo premeditado!
Como:
- Partilhando esses conteúdos nos perfis da marca;
- Lançando desafios/passatempos/concursos, com prémios de mérito atribuídos (em que a regra seja a partilha de conteúdo na web);
- É importante as marcas partilharem testemunhos/reviews dos seus clientes/seguidores.
É altamente necessário envolvermos os nossos consumidores através do digital. Estimularmos o UGC.
6. Micro influenciadores
2019 e 2020 marca a explosão do marketing de influência em Portugal. Influenciador ou, influencer, são palavras que estão hoje muito presentes no nosso dicionário. Aliás, já é profissão para muitos! E eles existem nas mais diversas áreas que possamos imaginar, ou seja, falam sobre assuntos nas mais diversas áreas da nossa sociedade. E para “rematar”, eles existem nas mais diversas plataformas/redes sociais existentes hoje.
Os micro influenciadores, estão no intervalo entre os 1.000 e os 100.000 seguidores, tendo por isso uma fortíssima relação com os mesmos. Comparativamente a influenciadores maiores!
Quando analisamos taxas de interação, por exemplo no Instagram, é muito comum observar-se maiores valores para micro influenciadores, comparativamente a influenciadores mais mediáticos.
Estes influenciadores, conseguem tocar mais facilmente a sua audiência, com conteúdo mais autêntico. A maioria deles, por apresentar uma estrutura ainda pequena, está muitíssimo próximo da sua audiência… consegue olhar com um maior grau de profundidade para estes. E a audiência sente-se ouvida!
7. Marcas mais humanas e mais comprometidas
Chama-se humanização de marca! É algo que eu já venho a defender desde que me iniciei no marketing digital, por volta de 2017.
É algo para as grandes marcas, nacionais e internacionais, mas acredito que é sobretudo para marcas/negócios locais (que atuam a uma escala bastante pequena, cingidos a territórios de pequena e média densidade).
Quando estás num território com essas características, é comum muitas pessoas conhecerem-se. Aqui na “minha” Ilha Terceira, que apresenta cinquenta e tal mil habitantes, é comum dizer-se que se conhece “quase” todas as pessoas. Claro que é um exagero… mas na prática e na realidade, de facto conheces muitas pessoas (porque a geografia é pequena, e as rotinas das pessoas são sempre as mesmas, logo vais cruzar-te com aquela mesma pessoas vezes sem conta). O que já não acontece num dia agitado no Porto/Lisboa.
Tudo isto para dizer o quê: nesses sítios, muitas vezes não referes o nome da marca da loja/negócio. Em muitas das vezes vais referir o nome da pessoa que está à frente daquele negócio. É normal que nessas geografias a empatia entre pessoas seja maior.
E porque não dares a cara no digital pelo teu negócio?
Porque é que ainda existe tanto esse medo?
Costumo dizer frequentemente que: pessoas ligam-se a pessoas, pessoas conectam-se a pessoas, pessoas compram de pessoas.
A minha experiência diz-me que, quando trabalhas conteúdo no digital (seja em que canal for, seja em que rede social for) em que a parte humana existe, os resultados (pessoas alcançadas, taxa de interação, e por aí a fora) são consideravelmente superiores.
O mortal dos comuns quer perceber quem está por detrás daquele negócio! Tal acontecer, irá certamente fazer transparecer credibilidade, transparecer proximidade, transparece genuinidade.
Pode ser através de imagem, mas pode sobretudo ser através de vídeo. Em que esse responsável máximo, pode passar dicas, estratégias, tendências, e tudo mais, daquela área.
Acima de tudo, com o tempo vai tornar-se especialista naquela área/ramo. Aquela pessoa, que todos param para ouvir!
E não há que ter medo do julgamento dos outros! Esqueçam isso! Esqueçam aquilo que a vizinha ou o amigo do lado vão dizer (sobretudo, pensando naquelas críticas negativos e até de tom jocoso/de gozo).
Acreditem, essas são as pessoas que nunca fizeram nada e que provavelmente até gostariam de estar no vosso lugar. Simplesmente passam a maior fatia do seu dia sentados de sofá a arranjar forma de julgar os outros.
Queres trabalhar a tua marca no digital? Então tens que aparecer! Tens de dar a cara!
O primeiro vídeo/foto/texto vai estar uma m*rda, o segundo vai estar um pouco melhor, e o décimo vai estar muiiiito melhor. O importante é começares.
8. Foco em conteúdo mais denso/de melhor qualidade (o blogue pode ser um ótimo canal para tal)
Acredito que os blogues são o novo “Oceano Azul” na Internet! Ou seja, existe neles uma oportunidade incrível para fazer a diferença, atraindo um número bastante considerável de novos potenciais clientes para um negócio.
E então porquê?! Perguntam vocês.
Uma grande franja das marcas que estão no digital, correram desenfreadamente para as redes sociais. Hoje, na prática as redes sociais até nem são um espaço muito interessante para se trabalhar uma marca… são espaços saturados.
Muitos tubarões a lutar pela atenção dos utilizadores que por lá andam. É por isso que um alcance orgânico está “morto e enterrado” já a algum tempo. Sobretudo no Facebook e Instagram.
Nos blogues a “música” é outra. Nos blogues, a concorrência tende a ser menor, ou seja, o número de players a lutar pela atenção dos internautas é relativamente menor.
É um facto mais do que consomado que as pessoas continuam a pesquisar (e muito!) pelo Google. Hoje, o maior motor de pesquisa do Mundo.
Logo, se isso acontece, quem tem produtos/serviços que podem ser encontrados pelo Google pode estar a perder uma oportunidade única.
Vou dar o exemplo da marca que vende produtos/serviços de construção/manutenção de piscinas.
Porque é que esta não deve ter um blogue integrado no seu website que fale sobre os vários problemas que uma pessoa pode encontrar quando tem uma piscina em casa: “Como limpar a piscina”, Como tratar o filtro”, “Como substituir o filtro”, “De quanto em quanto tempo deve fazer uma revisão geral”, etc. Estas são dúvidas pelas quais as pessoas pesquisam na web/Google.
Se um dos meus artigos, devidamente alinhado e escrito com base em algumas diretrizes de SEO (otimização para motores de pesquisa), responde a uma dessas dúvidas, a probabilidade da pessoa dar com o artigo é enorme. Se gostar, e sentir que a marca é útil, vai “guardá-la” por perto, e daí até comprar da marca vai um pequeníssimo passo.
Os blogues têm essa magia! Intersetar a pessoa, quando esta está a realizar a pesquisa, quando existe alguma dúvida premeditada por parte da pessoa.
Regra geral, a profundidade do conteúdo que está nas redes sociais não satisfaz/ajuda a 100% as pessoas. Para além disso, as redes sociais não funcionam como motores de pesquisa (quando existem intenções premeditadas de pesquisa).
Trabalha o teu blogue, tal como eu estou a fazer aqui. Falando da tua área, dando dicas, estratégias, elucidando as pessoas. Através de plataformas como o Google Trends, o Ubersuggest’s, o KW Finder, ou o AnswerThePublic, consegues perceber por que tópicos as pessoas mais pesquisas (dentro de determinado jogo de palavras-chave que tenhas colocado).
9. Foco em dados e performance de conteúdos
2020 mostrou (a todos aqueles que estão no digital, mais ou menos comprometidos) que as empresas têm de ser cada vez mais, ágeis e resilientes. Em poucas semanas, o que mais se viu foram empresas a terem de alterar tudo, estratégia de marketing, estratégia de conteúdo e estratégia de anúncios pagos.
A análise de dados é imprescindível nessa análise diária de como tudo está a correr.
Como dizia Peter Drucker, um dos pais da Gestão, “O que pode ser medido, pode ser melhorado”.
E para seres bem-sucedido no digital, essa análise tem mesmo de ser feita. Costumo dizer que no marketing digital não existe uma fórmula perfeita, logo, aquilo que funcionada para um setor já não irá funcionar da mesma forma para outro. Mas, se adotares uma postura de avaliação de resultados constante, tenho a certeza que irás estar de dia para dia cada vez mais próximo da perfeição (que significa, bastante notoriedade e consequentemente vendas).
Qualquer estratégia de marketing digital deve ter indicadores para dizer se estás no caminho certo.
É crucial, por exemplo, fazeres o cálculo da taxa de interação de todas as tuas publicações nas redes sociais, no orgânico. Para, acima de tudo, entenderes se determinada publicação está a preformar acima da média, e injetares-lhe algum dinheiro de forma a alavancares ainda mais a mesma.
Importante: se és como a maioria das marcas hoje no digital, que tende a priorizar a quantidade de conteúdo em vez da qualidade do conteúdo, provavelmente não te irá sobrar tempo para essa análise de resultados. Tem isso em atenção. Daí ter falado do blogue, na tendência anterior.
Seja numa estratégia de entrega de conteúdo por blogue, seja por e-mail marketing, seja por facebook, instagram ou linkedin, é obrigatório entenderes aquilo que está a acontecer com o conteúdo que lanças. É o mínimo, dado o trabalho que muito provavelmente te deu a produzir. E, fá-lo repetidamente ao longo do tempo. Para que possas ter sempre um comparativo temporal (comparativo homólogo).
10. Consciencialização social
As questões sociais estão, como nunca antes estiveram, debaixo de todos os holofotes. Tudo aquilo que eu faço de mal, e que terá consequências a curto/médio/longo prazo na vida dos outros, está na ordem do dia.
Sejam as questões pandémicas (que nunca antes foram tão discutidas), sejam as questões relacionadas com racismo, xenofobia, sexismo, etc., sejam as questões relacionadas com as alterações climáticas, entre muitas outras questões.
Todas essas devem ser encaradas de forma séria pelas marcas, fazendo parte do seu calendário de intervenção/exposição. Fazendo parte dos seus calendários de marketing de conteúdo.
A nova geração de consumidores exige consciência social. Aliás, se uma marca partilhar determinados valores com os seus consumidores, será muito mais fácil fidelizá-los. Esta geração, atua muito em “tribo”, onde os valores são bastante fortes e enraizados.
Por isso, sendo esta já uma realidade bem presente, os valores (de bem) que a tua marca possa defender são tão importantes quanto a qualidade dos teus produtos/serviços. Mostra quem tu és, e naquilo em que acredito! Nós todos, enquanto consumidores, queremos hoje ser mais relevantes, mais conscientes, mais despertos, sentir que a nossa pegada enquanto consumidores é positiva no Mundo.
E cuidado… nunca defraudes essa franja de consumidores. Podes muito bem denegrir, e até fazer desaparecer a tua marca! No digital, o poder de fazer uma marca, a melhor ou a pior do Mundo, é gigante e altamente fugaz.
Estas são as minhas tendências de marketing digital para 2021. Existem tantas outras, que certamente continuarão na crista da onda, e que a maioria de vós está (ou deve) fartinho de saber: o vídeo como formato de conteúdo (que foi inclusive falado aqui), o mobile first (ou seja, adaptares o teu website, blogue, app, etc., aos ecrãs dos dispositivos móveis, à forma como tudo é visível nesses devices), as lives no facebook/instagram como formato de conteúdo (que também foi tópico levantado neste artigo), o WhatsApp Business como chat de conversa com clientes (ótimo aliado para recuperação de vendas perdidas), ou mesmo o Reels (que parece que veio para ficar, e não mais deixar o Tik Tok respirar).
Agora, é aplicar! Levantar o rabinho do sofá e começar já. Acima de tudo porque os próximos meses não serão nada fáceis, e como disse lá em cima ao início, acredito seriamente que o digital será sem sombra para dúvidas um escape/balão de oxigénio para muitos negócios em 2021. Se bem utilizado, claro!