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Estratégia de Marketing Digital – o Guia Completo

Se saltares para cima de uma bicicleta e começares a pedalar, sem saber por onde nem para onde queres ir (definindo uma rota, ajustando a bicicleta ao piso, definindo uma série de opções caso algo corra pelo pior, e tudo mais)… só irás desgastar, por um lado TU próprio, e por outro a BICICLETA, e isso fará com que nunca chegues a lado nenhum!

“Quando não sabes para onde queres ir, qualquer caminho serve!” – Lewis Carroll

No mundo do digital a ideia é exatamente a mesma. Se não criares uma estratégia de marketing digital e uma metodologia de trabalho, só fará com que mais tarde ou mais cedo, inevitavelmente, tenhas maiores custos e nunca alcances os resultados pretendidos. E o tempo que foi gasto em vão… será deitado ao caixote do lixo!

Os canais de marketing online nunca cresceram tanto, ameaçando por completo o mundo offline (e todas os seus meios tradicionais de comunicar marcas, como os outdoors, a televisão ou a rádio) que dominaram por completo as últimas décadas. E o pensamento estratégico já vem desde aí! Qualquer que sejam os canais onde a tua marca surge, tem de existir estratégia. Ponto Final!

Propus-me escrever sobre este tema, precisamente por considerá-lo quase como que uma das minhas “guerras” e “alertas” diários! Trabalhar marketing digital (que nos traga resultados palpáveis) já não é tarefa fácil. Lembro que há 8-9 anos atrás gerir uma mera página de facebook (com o mínimo de recursos financeiros e humanos, e com o mínimo de brio e qualidade no conteúdo que se produzia (comercial ou não)) era um trabalho muito mais facilitado. Eram poucos os players/empresas no digital, e eram já muitos os consumidores finais/individuais a frequentar este “mundo”, o que faria com que esses players estivessem a falar quase sozinhos (a sua voz/comunicação, chegaria automaticamente e facilmente a muitos milhares de pessoas… a custo zero).

O alcance orgânico nas principais redes sociais de hoje, como Facebook e até o Instagram, era um mar de rosas.

Hoje não é assim!   

Hoje (enquanto negócio) se “saltas de cabeça” para o mundo digital, sem qualquer estratégia, o mais provável é seres mais um. O mais provável é andares totalmente à deriva! Em frustração constante por não estares a gerar qualquer tipo de proveito para o teu negócio!

Para lá estarmos, é necessário saber qual o objetivo da sua utilização e qual o caminho mais correto e acertado para percorrermos.

Sabias que existem 5 objetivos de marketing digital possíveis (e que, para cada peça de conteúdo que produzas, deve estar por detrás um(s) desses objetivos)? Sabias que o tom com que comunicas no digital, deve estar altamente alinhado com o teu público-alvo, e com a mensagem que ele quer receber?

Em suma: muito antes de “saltares de cabeça” para a rede social X ou Y, tens de perder algumas (largas) horas a esmiuçar alguns dos pontos que te trago abaixo, sobre o teu projeto/negócio (só tens de dar resposta a cada umas das perguntas):

Estratégia Global de Marketing Digital

1. Que produtos/serviços tenho para vender?

(podem ser de várias géneses: físicos (transacionáveis), serviços, produtos digitais (ex. e-book; planilha de excel ou masterclass), uma loja online, um produto de recorrência (ex. subscrição mensal NETFLIX))?

É importante que (atenção que aquilo que vou dizer pode não ser aplicado à letra a todos os negócios) estejas sempre irrequieto, a pensar em novos produtos/serviços alinhados com as novas necessidades dos consumidores de hoje. Irrequieto a pensar em produtos complementares. Acima de tudo, irrequieto a explorar brechas no mercado (seja ele, local, nacional, ou porque não, internacional), explorando soluções ainda pouco exploradas/conhecidas.

Conheço diversos negócios, aliás, conheço excessivos negócios preocupados exclusivamente em aumentar a sua carteira de clientes. Vendendo a esses, as antigas soluções (produtos/serviços) que já eram vendidas aos primeiros.

Estudos dizem que é 8 a 10 vezes mais caro (em termos comerciais e de marketing) vender a clientes novos, do que àqueles que já o são.

Então se é assim, porque é que não devo perder uma grande fatia do meu tempo a pensar, contruir e vender novas soluções de produtos/serviços a esses clientes (que já o são)? Novas soluções de produtos/serviços complementares aos que já foram vendidos a esses mesmos clientes!

Um cliente satisfeito, invariavelmente irá procurar novas formas de comprar daquela empresa, e não terá problema algum com isso!

Mas, sempre numa base de inovação, e de querer criar soluções ainda pouco exploradas no mercado. Atuando num “Oceano Azul”, se possível (espaço pouco concorrencial, pouco saturado, onde podemos crescer e destacarmo-nos mais rapidamente)!

Terminando este primeiro ponto, expressar-vos uma pequena “paixão” que eu tenho: venero produtos de recorrência! Pelo exemplo que dei lá em cima (Netflix), acredito que vocês tenham percebido de imediato… mas podia também falar de uma revista/jornal de subscrição mensal/semanal… de uma mentoria de negócios/marketing individualizada… de um acompanhamento/mentoria feito à instalação/compra de um software… (…). Com todos eles, o modelo de negócio é igual, ou seja, ao final do mês cai o dinheirinho certo na conta bancária!

Escolhe o teu produto, sabendo que ele pode assumir diferentes géneses (físico, serviço, loja online, (…)). Mas acima de tudo, adota o mindset de estares constantemente a pensar em novas soluções para apresentar ao mesmo cliente. Ele irá sentir-se valorizado, e tu enquanto negócio irás ver o “bolo” aumentar ao final do mês.

2. Qual a escada de valor indicada para o meu negócio (este é um tópico que se liga imenso com aquilo que falei acima)?

Importa perceber que este conceito de escada de valor nasce de duas premissas muito fortes: nenhum negócio prospera e vive com um só produto, e nenhum negócio prospera e vive se vender apenas 1 vez para o mesmo cliente.

A longo/médio prazo, o teu negócio terá maior robustez se apresentar no seu portfólio várias soluções, fazendo com que o cliente x possa comprar mais do que uma vez de ti. Mas também apresentará maior robustez, se tiver consigo pelo menos um produto de recorrência/subscrição (não te esqueças… exemplo da Netflix).

Pensa naquilo que acontece por exemplo, com inúmeras clínicas dentárias (exemplo abaixo): existe um check-up gratuito, existe um branqueamento, existe um aparelho dentário, existem as cirurgias, e ainda existem consultas de rotina. Para os 4 primeiros, estamos nitidamente perante uma escada (em que o primeiro produto/serviço até é gratuito, mas o último já apresenta valores substancialmente superiores). Existindo em constante (tal como vês abaixo, na base da escada), o tal produto de recorrência (neste exemplo, as consultas/limpezas de manutenção).

É dessa forma que o teu negócio terá de pensar! Novamente… nenhum negócio prospera e vive com um só produto, e nenhum negócio prospera e vive se vender apenas 1 vez para o mesmo cliente.

Escada de Valor de um Negócio – Exemplo. Fonte: https://tiagofaria.pt/proposta-de-valor/

3. Em que mercados o meu negócio vai atuar (Local? Nacional? Mundial?)?

O comportamento humano (e automaticamente… o comportamento de compra) é diferente de local para local (dentro do mesmo país, quanto mais de país para país).

O fator cultural, mas também ambiental, serão cruciais para definir o comportamento dos teus públicos-alvo (das tuas personas – no ponto abaixo já falaremos desta definição).

No digital, é imperativo atuarmos geografia a geografia, sobretudo se estivermos a pensar realizar campanhas pagas pelo facebook/instagram. Reparem no exemplo (e digo-vos que a coisa realmente passa-se desta forma): se segmentares um anúncio para duas regiões (ao mesmo tempo) completamente diferentes (ex: Norte de Portugal vs. Zona Centro de Portugal), pode acontecer que o facebook/instagram entregue o teu anúncio maioritariamente para uma determinada geografia. O anúncio irá ganhar “inteligência” e se entender que é na zona Norte que os resultados estão a ser melhores, é quase exclusivamente para lá que ele entregará o teu anúncio. Quando tu, também queres impactar pessoas na zona centro, porque para ti faz sentido.

Por isso, é importante sempre individualizar, e porventura, ajustar a forma/estilo de comunicação, os formatos (imagem, vídeo, texto) dos conteúdos/anúncios… para que estejam devidamente alinhados com o público/persona potencial. Somos todos diferentes! Muito mais, se estivermos a falar de geografias/culturas substancialmente distantes!

4. Quais os públicos-alvo do meu negócio (gosto sobretudo de falar em personas, muito mais do que públicos-alvo)?

Normalmente para distinguir um conceito do outro, recorro a um exemplo concreto. Ex. Como marca, quero impactar consumidores na zona da Grande Lisboa, do sexo masculino, entre os 30 e os 37 anos, com interesse em vinho, e numa classe social média/média-alta. Isto é um exemplo de público-alvo ou target.

Se antes pensasse… quero impactar consumidores especificamente na zona de Oeiras e Estoril, do sexo masculino, casados e sem filhos, entre os 30 e os 33 anos, com gostos e interesses em vinho e gastronomia portuguesa, numa classe social alta, e assíduos na rede social LinkedIn. Isto é um exemplo claro que uma persona… reparem no nível de profundidade e afunilamento! No segundo exemplo, a especificidade é substancialmente maior.

Nota: e, de negócio para negócio, de produto/serviço para produto/serviço, os critérios de segmentação que defines podem ser muito diferentes. Para além daqueles colocados acima, outros exemplos seriam: meios de comunicação social utilizados diariamente, hobbies, cargo e ocupação atual, etc. Existe quem, inclusive, atribua um nome a essa persona (ex. o João, que vive e trabalha na Ilha Terceira, que tem 30 anos, (…)).

Persona é o perfil detalhado e pormenorizado de uma pessoa, que representa o cliente potencial e ideal de uma marca ou produto.

Uma análise que vos permitirá desenvolver estratégias de marketing altamente focadas e personalizadas.

O teu negócio tem, pelo menos 1 persona! E é 100% válido que tenha até mais do que uma.

Conselho que te dou: se o teu negócio fala para personas muito díspares, por exemplo ao nível de idades, poderá fazer sentido teres canais diferentes para falares com essas personas completamente diferentes (um exemplo seria teres duas páginas de facebook). Porque em termos comunicacionais poderás ter maiores dificuldades, pois comunicar para alguém que tem 30 anos nunca poderá ser igual à comunicação utilizada para quem tem por exemplo 50/60 anos. Cuidado!

E para “remate final”, dizer-te que é importante escutares os teus clientes atuais! Entenderes quais as suas características, quais os traços/interesses/hobbies/locais(online) onde marcam presença. Em alguns clientes meus, é recorrente fazermos inquéritos físicos, ou mesmo via online. Na tentativa de entendermos ao máximo as várias personas do negócio, adotando o estilo/linguagem de comunicação mais correta, entregando os produtos/serviços certos, mas também entregando o melhor conteúdo possível nos canais digitais da marca (redes sociais, etc.).

5. Em que plataformas/canais o meu negócio vai estar?

Canais/Plataformas Digitais

Reparem que é apenas no ponto 5 que vou tirar conclusões quanto aos canais onde a minha marca irá marcar presença (Facebook? Instagram? Linkedin? Tik Tok? E-mail marketing? Website? Blogue? Etc.)

Muito depois de ter, por exemplo, uma análise pormenorizada sobre as minhas personas… que canais/redes sociais frequentam, etc.

E canais podem ser muitos, aliás, a cada dia que passa são cada vez mais (no online, mas também no offline (meios de comunicação tradicionais)).

O próprio ponto 4, quando definimos e caracterizámos as nossas personas, é crucial para entender em que canais devemos estar. Acima de tudo, onde elas estão! Onde está a(s) persona do meu negócio! Se elas não estão em peso no Instagram, não vou estar no Instagram só porque parece “cool” estar nesta rede social.

Dica que vos dou, sobretudo para micro, pequenos e médios negócios: não queiram estar em todo o lado, só porque sim! Quando no fundo, e pela fraca “alimentação” a alguns desses canais, irás acabar por não estar em nenhum lado!

Foca-te em seres bom e visível em 1 ou 2 canais inicialmente. Com uma boa estratégia de conteúdo, onde publicas e apareces com bastante frequência e consistência. E a partir daí, não quer dizer que não possas ir escalando e surgindo em outros canais. Porque acima de tudo isto dá realmente muito trabalho. E se não tiveres capital humano e tempo para despender para esta área, simplesmente não deves estar por estes lados.

Não acredito no estar só porque sim! Existem milhares de páginas de facebook, milhares de contas de instagram, e afins, que hoje perfazem um “cemitério” gigante no digital!

Terminando, dizer-te também que é importante analisares ainda dois pontos, na hora de escolheres esse(s) canal: por um lado, escolheres canais que realcem as tuas forças e escondam as tuas fraquezas (ex. se tens internamente bons dotes de escrita, talvez possas lançar um blogue (tal como eu próprio estou a fazer aqui… se tens internamente bons dotes, e alguém que se dê bem à frente de câmeras, talvez devas estar num YouTube ou num Facebook). Por outro, e se tivermos a falar essencialmente de redes sociais, olha para o alcance Orgânico vs. Pago das mesmas. No Facebook/Instagram o alcance orgânico aos dias de hoje é uma miséria, ou seja, sempre que publicas os teus conteúdos chegam a poucas pessoas. Mas, por sua vez, a publicidade paga nessas redes sociais ainda é “ridiculamente” barata!

6. O que está a fazer a minha concorrência no digital?

Quem não conhece, aos dias de hoje, a análise SWOT? S de strenghts (pontos fortes), W de weaknesses (pontos fracos), O de opportunities (oportunidades) e T de threats (ameaças).

Análise SWOT – exemplo

Esta análise, aparentemente bastante simples, mas sempre muito pertinente, permite-me acima de tudo analisar duas coisas: a parte interna (os atributos) da empresa/marca, ou seja, quais são os seus pontos fortes, como os seus pontos fracos, mas também a parte externa, do mercado/concorrência, quais as suas principais oportunidades e as suas principais ameaças.

Exemplo rápido e prático (não interessa muito qual o setor/nicho de atuação): como ponto forte eu posso ter a parte tecnológica (ou seja, o meu negócio está bem apedrejado de tecnologia), como ponto fraco eu posso ter o fraco reconhecimento e notoriedade da minha marca, como oportunidade identificada no mercado pode estar o mercado em crescimento, e como ameaça, a forte legislação aplicada.

Devo olhar essencialmente (nunca descorando os outros dois, claro) para dois desses pontos: pontos fracos, para entendermos onde estamos a trabalhar mal, e logo existe margem de crescimento (algo que apenas depende de nós!). Oportunidades, onde existem brechas por aproveitar no mercado, entre os vários players. Este último permite-me perceber onde é que os outros estão a trabalhar menos bem, logo posso encarar como oportunidade(s).

Por vezes, as coisas e as ferramentas mais simples são as mais acertadas e pertinentes de serem aplicadas a um negócio! E a análise SWOT é um perfeito exemplo disso mesmo!

É obrigatório realizares e aplicares esta análise à realidade da tua empresa/marca! Tirares conclusões e ações (concretas) futuras, mas também, teres a preocupação de a ires atualizando constantemente (tudo, num mercado, se altera de um dia para o outro… CUIDADO).

7. Que objetivos de marketing devo definir?

Não, não existe apenas o objetivo de “Vendas” no mundo das marcas! Posso (e devo) querer trabalhar notoriedade, interação, leads, depois vendas, e ainda (sobretudo), fidelização.

Lembra-te sempre: quando estamos no digital, falamos essencialmente de 5 objetivos completamente diferentes!

Quando estás a trabalhar notoriedade, estás essencialmente a dar-te a conhecer, e a fazer com que as pessoas mais cedo ou mais tarde (quando precisarem de ti) se lembrem de ti. O melhor exemplo são aqueles anúncios de televisão, a fazerem referência ao novo modelo de carro da marca X. Quando és impactado pelos mesmos, não vais a correr para o stand, certo? Mas, no futuro, e quando surgir a necessidade de mudares de carro, muito provavelmente irás lembrar-te dessa marca (partindo do pressuposto que os seus conteúdos/anúncios são impactantes e diferenciadores). Isso é trabalhar notoriedade, construir relação (que, na maioria dos casos, pode não gerar venda no imediato)!

Quanto ao de interação, este surge sobretudo em consequência do surgimento em peso das redes sociais, e das suas métricas sociais… gostos, partilhas, comentários, salvas, retweets, etc. Hoje, é altamente crucial criares e mostrares aos teus seguidores conteúdo que leve à interação. É sobretudo isso que fará com esses mesmos sejam impactados futuramente com novos conteúdos teus (é assim que funcionam os algoritmos das principais redes sociais).

Leads são contactos de potenciais clientes (email e/ou telemóvel). Esta estratégia, é aos dias de hoje um dos fatores críticos para o sucesso de um negócio… trabalhar base de dados! E a partir daí, nutrir uma relação com essas pessoas, que as leve futuramente a comprar. É crucial!

Quem nunca descarregou gratuitamente um e-book? Quem nunca recorreu gratuitamente a um check-up? Tudo isso são estratégias devidamente pensadas estrategicamente, para recolher contactos de potenciais compradores… na prática, são “iscos” para atrair uma pessoa para um negócio!

Passando o objetivo de vendas, que parece-me óbvio e o mais consensual/aplicado, seguimos para a fidelização. Aos meus olhos, o mais importante de todos os objetivos. Não te esqueças daquilo que disse lá em cima: vender a um cliente potencial, é 8 a 10 vezes mais caro (em termos comerciais e de marketing) do que vender a um cliente que já o é. A um cliente que já está na “casa”, que já está fidelizado.

Um cliente fidelizado vai comprar sempre de vocês, mas também, vai-vos recomendar até “ao fim do mundo” (custe o que custar). Um cliente fidelizado é um “advogado” da marca… vai defendê-la com “unhas e dentes”, vai recomendá-la com “unhas e dentes”.

Para mim, notoriedade e fidelização são dois objetivos que devem ser trabalhados constantemente e diariamente!

E para terminar, dizer-vos que diferentes objetivos podem estar a correr em simultâneo. Ou seja, eu posso ter uma campanha/um conteúdo no instagram para gerar notoriedade/autoridade de marca, mas ao mesmo tempo ter uma campanha de e-mail marketing para gerar vendas. É normal e 100% válido que isso aconteça!

E nunca, mesmo nunca, se deixem frustrar! Isto é, as campanhas devem ser sempre focadas, se quero gerar notoriedade para um determinado produto, não me posso queixar por não estarem a ser geradas vendas.

Não se esqueçam que as pessoas estão nas redes sociais sobretudo para se entreterem, e fugirem/descomprimirem do seu chato e longo dia de trabalho… as redes são sociais, não são comerciais. Por isso, não queiram vender/impingir constantemente! Nunca poderás cair no erro de querer vender de imediato para uma pessoa/seguidor que acabou de te conhecer!

8. Que estilo/tom de comunicação devo utilizar?

Sem o ponto 4, onde eu defini qual, ou quais, as personas do meu negócio, nunca seria possível completar este ponto 8 na definição da minha estratégia de marketing digital!

E essa comunicação pode ser feita sobre diversos tons… é 100% válido que tal aconteça. Ela pode ser mais ou menos formal! Ela pode ser mais ou menos estridente! Ela pode ser na 2ª pessoa do singular (tu para cá, tu para lá)! Ela pode ser na 2ª pessoa do plural (você para cá, você para lá!

Ela não pode é nunca ser isso tudo! Isso tudo no mesmo saco!

Reparem no exemplo da Yorn, um tarifário da Vodafone altamente direcionado ao público mais jovem (essencialmente adolescentes). E reparem no exemplo da Rolex (marca de luxo no mundo dos relógios).

No primeiro caso, uma linguagem muito “terra a terra”, altamente informal, quase como que a própria marca se tratasse de um adolescente, a falar para outros adolescentes… onde são utilizados termos como o Lool, o Totil, o Ok, o Bué, (…). Muitos deles, para mim já se tornam até difíceis de decifrar. Ao mesmo tempo que é utilizada uma linguagem mais estridente, com termos como o Fantástico, o Incrível, o Surpreendente, entre tantos outros.

No caso da Rolex, acontece precisamente o contrário. O público é radicalmente diferente. Para além de serem pessoas tendencialmente de média e longa idade, são pessoas de uma classe social elevada. Isso faz com que, a melhor forma para lhes chegarmos seja completamente diferente… através de uma linguagem mais cuidada, formal, colocada, e provavelmente, muito focada naquilo que a pessoa vai obter depois de adquirir aquele relógio (status, exclusividade, elevação social, etc.).

Em suma, olha para a tua(s) persona e entende como deves comunicar para ela, que estilo deves utilizar. Percebe que, todos nós neste pequeno mundo (para enorme pena minha), não estamos no mesmo patamar (seja pelo fator idade, pelo fator sexo, pelo fator social, pelo fator geográfico). E para diferentes patamares, diferentes estilos de linguagem. Mas também, para diferentes produtos/serviços, diferentes formas de comunicar!

9. Que conteúdo vou produzir?

No futuro, muito vou falar neste blogue sobre conteúdo! Sobre marketing de conteúdo!

Ainda assim, dar-te alguns insights importantes neste ponto 9.

Conteúdo é tudo: é uma imagem que publicas no Instagram, um vídeo que publicas no YouTube, um texto que publicas no Facebook, um Tweet que fazes no Twitter, um story que publicas no Instagram, ou mesmo um artigo (tal como aquilo que faço aqui) que publicas no teu blogue. Entre tantas outras coisas, como é o exemplo de um áudio em forma de podcast.

Tudo é conteúdo!

E depois, cada vez mais acredito que o centro de toda e qualquer estratégia de Marketing começa e acaba no conteúdo.

Sem um bom conteúdo e um bom planeamento de conteúdo, a tua estratégia de comunicação de marca está condenada ao fracasso.

E para cada canal, cada rede social, cada espaço onde estejas regularmente a partilhar conteúdo, pode exigir um(s) determinado formato de conteúdo. Sabemos muito bem que o Instagram é uma rede social muito visual, onde a aposta no formato em imagem é consensual (ela que inicialmente era uma rede social apenas de imagem).

Dizer-te que, independentemente do formato de conteúdo que queiras aplicar, e que resulte junto da tua persona, terás de pensar em 4 objetivos diferentes de conteúdo: entreter, educar, inspirar e informar. Sendo perfeitamente normal utilizares inclusive regularmente, mais do que um deles.

Repara naquilo que fazem, de forma brutal, tanto a ‘Control Portugal’ como a própria ‘Licor Beirão’. É puro entretenimento… apenas e só! Não existe espaço sequer para promover, e focar exclusivamente na venda. É o “vender não vendendo”!

Se olhares para as minhas redes sociais, e até para aquilo que estou a fazer com este artigo no meu blogue, é quase tudo pura Educação.

Se olhares para o perfil de um Psicólogo, seja em que rede social for, a inspiração estará por lá com toda a certeza (através de frases, vídeos, etc.).

Quanto à informação, durante esta época de Covid foram muitas as marcas ligadas ao turismo que tentaram informar e alertar para toda a burocracia e cuidados a ter aquando da viagem para o local x, por exemplo.  

Para terminar, relembro algo que disse anteriormente: as redes são sociais, não são comerciais. Ou seja, tenta que o teu conteúdo também entretenha, eduque, informe e inspire. Não adotes (nunca!), uma estratégia que impinja constantemente os teus produtos/serviços. As pessoas não estão propriamente nas redes sociais para comprar. Isso acontece sim muitas vezes, no próprio Google.

Utiliza os teus canais para trabalhares sobretudo notoriedade! E perdurares eternamente na memória dos teus seguidores… e lá à frente, quando quiserem comprar, vão lembrar-se invariavelmente de ti.

10. Cronograma de conteúdos?

A velha máxima “quem não aparece, esquece” aplica-se não perfeição ao digital, e à estratégia de conteúdo que possas levar para os teus canais online, sejam redes sociais ou não.

Os maiores casos de sucesso no online, nomeadamente nas redes sociais, são perfis ativos, frequentes e consistentes! Sim, para teres sucesso no online, tens de ser frequente e consistente com as tuas publicações? A tua marca tem de ser vista! Tens de mostrá-la! Tens de a dar a conhecer!

Cria um cronograma de conteúdo (que pode ser a partir de uma ferramenta tão simples como o Excel – exemplo abaixo), que por mais simples e óbvio que te possa parecer, vai te dar um jeitão enorme! A partir daí, pensa nos teus conteúdos com antecedência, e por canal/rede social. Não mais terás de pensar e produzir conteúdo em “cima do joelho”… e a médio/longo prazo vais perceber que os resultados serão com toda a certeza outros.

Cronograma de Conteúdos – Exemplo

11. Análise e melhorias?

Ninguém evolui se NUNCA perceber e olhar para aquilo que está a acontecer. Em tudo na vida! Certo?

No digital, isso não foge à regra! Tudo deve ser testado (não existem fórmulas mágicas, e aquilo que funciona para um setor/negócio muito provavelmente não funcionará para outro qualquer). Tudo tem de ser medido e avaliado!

Um exemplo: para todas as publicações que faças nas tuas redes sociais, tudo terá de ser medido! Se não, como saberás o que funcionou e o que não funcionou, e como saberás aquilo que deve ser “replicado” de alguma forma no próximo mês?!

Planilha de Avaliação de Resultados (publicações no Facebook) – Exemplo

Agora, depois de teres respondido a todas as questões, acredito seriamente que estás preparado para dar o salto, e colocar as “mãos na massa”!

Nunca te esqueças que no final, aquilo que vende é a estratégia e não a rede social X ou Y.

Não fiques, nunca mais, refém do acaso e do desconhecido!

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